sábado, 8 de maio de 2010

Provas de Deus X

Otto de Alencar de Sá-Pereira

Deus também provou-Se a Si próprio e à Sua Mãe. Maria Santíssima foi provada? Sim, quando o Arcanjo Gabriel anunciou a Ela que a Sombra do Altíssimo desceria sobre Seu ventre e Ela conceberia o Filho de Deus! Sua resposta foi o Sim. O Sim que a fez Co-Redentora do Gênero Humano. Ela poderia ter dito o Não? Sim, porque tinha o livre arbítrio. Mas, por outro lado, Ela era Imaculada, Concebida sem o pecado original, a Criatura mais perfeita por Deus Criada. Deus sabia que a resposta seria o Sim, mas a pôs à Prova. “Eis aqui a Escrava do Senhor, Faça-se em Mim segundo a Sua Palavra” foi Sua resposta. Por isso, é Bem aventurada por todas as gerações. E como Deus pôs-se a Si Próprio à Prova? Jesus Cristo era uma só Pessoa, mas composta hipostáticamente pelas natureza Humana e Divina. A Natureza Humana foi posta à Prova. No Horto das Oliveiras, Jesus suou sangue, pois sabia de tudo que iria sofrer, e rogou ao Pai, ou seja à Sua Natureza Divina: “Senhor afasta de Mim esse cálice, mas faça-se a Tua Vontade e não a Minha!”. Ou então, no Calvário, pregado na Cruz: “Pai, oh Pai! Por que Me abandonaste? Era a Natureza Humana, como que abandonada por Sua Natureza Divina? Claro que não! Mas Jesus, pela Sua Natureza Humana, era homem, como qualquer um de nós, menos no pecado. Assim como Maria foi a Mulher mais linda, mais perfeita, mais humilde, mais simples, mais gloriosa, dentre as mulheres, justamente porque ia ser o receptáculo magnífico da Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, mas foi inteiramente Mulher, daí se ter amedrontado em face à mensagem do Arcanjo Gabriel; assim também Seu Filho Jesus, enquanto homem, embora Homem-Deus, mas inteiramente Homem, o mais perfeito, o mais belo de todos os homens, mas Homem, também sentiu dor, e não só a dor física, da flagelação, da coroa de espinhos, da via dolorosa e da crucifixão, mas também a dor moral e espiritual, do Ser Humano, que sabe de tudo o que vai lhe acontecer. Sentiu dor, sentiu mágoa, sentiu pavor, sentiu desgosto. Mas, a tudo agüentou, não com a força de um deus olímpico dos gregos, mas com a força do mais corajoso, mais forte, mais digno, mais humilde, e ao mesmo tempo, mais majestoso de todos os homens. Deus, não permitiria jamais que a Sua Encarnação se fizesse em uma criatura humana decrépita, fraca, destituída das qualidades de um grande homem. Afinal, o que esse Homem precisava sofrer, necessitava que tivesse a capacidade de agüentar esse sofrimento, para que se cumprissem as Profecias e se redimisse a humanidade, pois esse Homem, era ao mesmo tempo, Deus. Era o Homem-Deus (natureza Humana e Divina unidas hipostaticamente), portanto dando valor infinito àquele sofrimento. Porque só assim, com esse valor infinito da expiação, a humanidade, que, pelo pecado havia cometido ofensa contra Deus, portanto pecado infinitamente grande. Ora, pecado infinitamente grande, só pode ser expiado por sofrimento igualmente infinito. Só Deus é infinito, só Deus é Amor Infinito. Só Deus perdoa infinitamente, portanto, só o Homem-Deus poderia apagar os pecados do mundo, o “Agnus Dei”, cordeiro de Deus, que com Sua morte na cruz, pode redimir os pecados dos homens, desde o pecado original, até os pecados que os homens ainda cometerão no futuro!
“Agnus Deus qui tollis pecata Mundi”
“Miserere nobis”

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